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Carboidratos no pré-treino: Palatonise ou Ribose?

Carboidratos são vitais quando o atleta pretende alcançar o desempenho máximo durante o treinamento. Mas você sabe diferenciar os tipos de carboidratos e quais são os mais adequados para melhorar a performance?

Por Guilherme Renke — Rio de Janeiro
23/11/2018 15h59 Atualizado há 2 dias

Os carboidratos são nutrientes fundamentais para o atleta. Eles são vitais quando o atleta pretende alcançar o desempenho máximo durante o treinamento, seja de força ou de endurance. Mas exis-tem diferentes tipos de carboidratos e alguns deles mostram-se melhores em estudos na melhora da performance. É o caso, por exemplo, da Palatinose (Isomaltose) e da Ribose que recebem destaque em pesquisas realizadas nos últimos anos. Mas porque esses açucares são melhores? E existe diferença entre eles?

John Jones -- CC-BY

John Jones — CC-BY

A Palatinose (Isomaltulose) é produzida a partir da ação de uma enzima sobre a sacarose extraída da beterraba, se tornando um carboidrato que disponibiliza energia gradual e prolongada aos músculos devido à sua lenta – mas completa – metabolização. Como a sacarose, um carboidrato do tipo dissacarídeo composto de glicose e frutose. A diferença está na ligação entre estes dois componentes.

A Palatinose tem uma ligação da glicose com a frutose na posição alfa 1-6, enquanto que a sacarose tem esta ligação na posição alfa-1-2. Com esta forma, a Palatinose sofre hidrólise lentamente e essa liberação lenta de glicose resulta em um baixo efeito sobre os níveis glicêmicos sanguíneos e de insulina.

Além do exercício, a Palatonise pode ser útil em algumas condições como por exemplo na perda de gordura corporal. Uma das formas de fazer o corpo utilizar mais gordura como fonte de energia é o uso de alimentos com baixo índice glicêmico (IG) na dieta. Os estudos demonstram que a oxidação de gordura aumenta após o consumo de alimentos com baixo IG, comparado com uma refeição com um elevado IG. Outro uso interessante seria no paciente com diabetes 2, nesses pacientes, a ingestão antes do exercício físico de isomaltulose, em vez de glicose, resultou em melhorias no controle glicêmico, proteção contra a hipoglicemia e manutenção de performance na corrida.

Outro carboidrato muito interessante é a D-Ribose, uma pentose (monossacarídeo de cinco carbonos) de zero índice glicêmico. Ela é componente fundamental na formação dos principais constituintes das células, como o RNA e DNA, coenzima-A, flavina adenina dinucleotídeo (FAD), dinucleotídeo adenina nicotinamida (NAD), riboflavina (Vitamina B12), além do ATP. Portanto, a presença de D-Ribose é fundamental e sua disponibilidade determinará a taxa de produção desses compostos celulares.

Diferentemente da Palatinose, este carboidrato simples é de rápida absorção pelas células (95%) e passa diretamente para a corrente sanguínea, servindo de substrato para a produção de ATP, muito importante para os exercícios extenuantes. Estudos clínicos mostram que a sua suplementação me-lhora significativamente a força e a resistência física e pode diminuir o tempo de recuperação muscular, pois refaz rapidamente os níveis energéticos intracelulares, reduzindo câimbra, fadiga e dor tardia. As reservas de ATP podem decrescer de 60% a 70% durante exercícios exaustivos e podem levar mais de 72h para serem adequadamente repostas. Foi demonstrado que a suplementação com D-Ribose pode diminuir este tempo para 12h.

Fundamental salientar os riscos da suplementação sem acompanhamento do especialista (médico do esporte e nutricionista esportivo). A ingesta extra de qualquer macronutriente, nesse caso o carboidrato, sem ajuste da alimentação pode trazer prejuízos para a composição corporal. Além disso, o calculo da suplementação vai depender de diversos parâmetros, a saber: peso, altura, idade, nível de aptidão física, volume de treinamento, tipo de treinamento realizado, objetivos do indivíduo e presença ou não de doenças. Faça acompanhamento médico regular.

Referências:
1) Seifert JG et al. The influence of D-ribose ingestion and fitness level on performance and recovery. J Int Soc Sports Nutr. 2017 Dec 20;14:47. doi: 10.1186/s12970-017-0205-8. eCollection 2017.
2) Konig et al. Postprandial substrate use in overweight subjects with the metabolic syndrome after isomaltulose (Palatinose) ingestion. Nutrition 28 (2012) 651–656
3) Sekartini et al. The effect of lactose –isomaltulose-containing growing-up milks on cognitive per-formance of Indonesian children: a cross-over study. British Journal of Nutrition (2013), 110, 1089–1097
4) Van Cammeren et al. The Effects of Four Weeks of Ribose Supplementation on Body Composition and Exercise Performance in Healthy, Young, Male Recreational Bodybuilders: A Double-Blind, Place-bo-Controlled Trial. CURRENT THERAPEUTIC RESEARCH 2002.

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com.

Fonte: https://globoesporte.globo.com/eu-atleta/noticia/carboidratos-no-pre-treino-palatonise-ou-ribose.ghtml

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