Pesquisa diz que metade da classe C está matriculada; em BH, maioria está fora da zona Sul
PUBLICADO EM 16/08/14 – 03h00
ludmila pizarro
Nos últimos dez anos, o número de academias no Brasil cresceu 21 vezes, e a entrada da classe C nesse mercado é uma das responsáveis por esse crescimento. “Com a ascensão das classes C e D, há uma expectativa de crescimento no segmento de academias de baixo custo. E é um novo nicho de mercado”, afirma Sebastião Paulino, presidente do Encontro Nacional de Atividade Física (Enaf), que acontece em Belo Horizonte até amanhã.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular mostra que, atualmente, 52% da população que se encontra na classe C (com renda familiar entre R$ 1.064 e R$ 4.591) está matriculada em uma academia. Só em Belo Horizonte, segundo Paulino nos últimos cinco anos, o mercado cresceu 133%.
Das 600 academias que funcionam em Belo Horizonte e região, cerca de 60% estão nos bairros, fora da região Centro-Sul. “Mais da metade das academias da capital está nos bairros e tem uma mensalidade que varia de R$ 60 a R$ 150. Em regiões mais nobres, a mensalidade chega a R$ 500”, diz Paulino. Uma variação de 525%.
Alair Fernando da Mata tem uma academia no bairro Caiçara há 22 anos, mas, em 2011, teve que procurar uma sede maior para atender a demanda. Para Alair, porém, há cerca de um ano a demanda diminuiu. “O que vejo agora é o medo da inflação e do aumento do desemprego”, afirma.
O presidente do Enaf diz que a grande diferença entre as academias é a procedência dos equipamentos. “Na região mais nobre, o equipamento vai ser importado. Nos bairros, será bom, mas nacional. Mas o exercício é o mesmo”, afirma.
Ao Ar livre. A Prefeitura de Belo Horizonte instalou equipamentos de ginástica em vários pontos da cidade. O jornalista Nelson Aspee, 61, utiliza os instalados na avenida José Candido da Silveira. “Venho de segunda a sábado e gosto por ser ao ar livre”, diz. Outra frequentadora, a professora Alcione de Aguiar, 44, diz que utiliza os equipamentos mais para alongamento. “Sem acompanhamento pode ser prejudicial”, opina.